segunda-feira, 19 de julho de 2010

Plano de aula em forma de Projeto.
Disciplina: Ensino Religioso.
Professora: Cleusa Schmidt Krüger.
Série: 7º Ano.

Tema: Diversidade cultural, étnico-racial e líderes da paz

Objetivos:
 Introduzir a personalidade de Martin Luther King e sua contribuição;
 Discutir o racismo e outras formas de preconceito;
 Refletir sobre alguns aspectos da história da cultura negra;
 Comentar aspectos da história da colonização no Brasil.

Metodologia: Apresentar o tema, conversar com os educandos sobre os objetivos, trabalhar os textos, realizar as atividades propostas, assistir um DVD sobre a cultura negra e fazer uma exposição sobre os trabalhos realizados.

UM POVO ESCRAVIZADO
LIVRO: TODOS OS JEITOS DE CRER-VIDAS
Durante mais de trezentos anos, os bran¬cos se julgaram no direito de escravizar os negros. Estes eram arrancados de suas al¬deias na África, por caçadores armados, e levados como escravos para as Américas. Trancados e acorrentados nos porões sujos dos chamados "navios negreiros", muitos morriam no caminho.
Quando desembarcavam nas Américas, os africanos tornavam-se propriedade dos brancos. Muitos deles eram surrados, sofriam humilhações e chegavam até a ser mortos. Outros, quando tinham um pouco mais de sorte, eram tratados como animais domésticos. Cerca de 15 milhões deles foram trazidos às Américas e escravi¬zados. Um dos países que mais receberam escravos foram os Estados Unidos.
SURGE UM LÍDER
A história que vamos contar se passou nos Estados Unidos da América, onde a população branca também escravizava os negros. Muitos cidadãos, porém, não concordavam com isso e, em 1860, houve uma guerra para combater a escravidão: a Guerra de Secessão.
A guerra resultou na libertação dos negros, mas não seria apenas uma lei, abolindo a escravidão, que acabaria com todos os problemas deles. Mesmo em liberdade, os negros ainda eram bastante discriminados e vistos como gente inferior.
Um exemplo dessa discriminação: aos negros restavam os trabalhos que os brancos se recusavam a executar. Além disso, eles não podiam frequentar escolas, restaurantes nem bairros de brancos. Chegava-se ao extremo de considerar as crianças negras como "retardadas".
A situação se agravou quando alguns brancos da sociedade reuniram-se e criaram um grupo de nome estranho - a Ku Klux Klan (KKK) -, que pra¬ticava atos terríveis contra os negros: linchava-os, pendurava-os em árvores, incendiava suas casas. Esse grupo trajava estranhas roupas brancas e capuzes em forma de cone. O mais triste é que a Ku Klux Klan ainda existe e continua violenta.
Por muitos anos, os negros da América do Norte sofreram e lutaram por justiça, igualdade e liberdade. Pequenas conquis¬tas foram obtidas, mas ainda havia muito a mudar... Preci¬savam de alguém que os fizesse acreditar mais em si mesmos, alguém corajoso que os ajudasse de verdade. Um líder, enfim.
Foi então que, em 1929, nasceu Martin Luther King. Filho de uma família negra e nascido em Atlanta, nos Estados Unidos, teve uma infância sofrida, por causa do preconceito. Seu pai não gostava do racismo e afirmava que, se fosse preciso, lutaria até a morte para combatê-lo. O menino admirava essa atitude do pai.
Aos poucos, Luther King foi percebendo a separação entre as duas cores. Quando menino, não podia brincar com seus amigos brancos. Já um pouco mais velho, se ia à sorveteria, era obrigado a ficar do lado de fora para ser atendido. Só podia ir à escola acompanhado de crianças negras - com bran¬cos, nem pensar.
Mas o fato mais marcante de sua ju¬ventude ocorreu certa noite, quando tinha 15 anos e viajava com seu professor, negro também, num ônibus lotado. Quando dois brancos embarcaram, o motorista mandou que Luther King e o professor se levantas¬sem para lhes dar lugar. Isso o deixou furioso, pois tinha acabado de ser premia¬do por um trabalho sobre os direitos dos negros e descobria que esses direitos não existiam.
Ainda aos 15 anos de idade, Luther King entrou em uma das melhores faculdades negras do país. Cursou Sociologia, mas decidiu depois ser pastor evangélico e cursar Teologia. Conheceu a história e as ideias de um ho¬mem que o fascinou e no qual decidiu inspirar-se: Gandhi.
Luther King casou-se com Coretta Scott, que viria a se tornar sua grande companheira de todas as lutas. Com ela, foi trabalhar como pastor numa igreja Batista em Montgomery, no Alabama.
Seu trabalho começava muito cedo, às 5h30 da ma¬nhã. Ele ajudava as famílias necessitadas e tratava dos problemas que os negros enfrentavam com leis injustas e tam¬bém com leis que eram justas e deveriam garantir seus direitos, mas não eram cumpridas: as primeiras tinham de ser muda¬das; as segundas tinham de ser respeitadas.
Luther King começava a se tornar um grande orador. Muita gente ia à sua igreja porque se sentia elevada e inspirada pelas belas coisas que dizia.
O HERÓI DA NAO-VIOLÊNCIA
O prestígio de Luther King ia ficando cada vez maior, até que um dia, em 1955, houve um incidente com uma jovem cos¬tureira negra chamada Rosa Parks. Ao sair do trabalho e pegar um ônibus, ela viu que todos os assentos do fundo - destinados aos negros - estavam lotados. Notou, então, um lugar vazio no meio do ônibus e sentou-se, mas sabia que, se um branco chegasse, teria de se levantar.
Quando entraram no ôni¬bus três brancos, dois se sen¬taram e um ficou em, pé. O motorista pediu a Rosa que se levantasse e cedesse o lugar, mas ela recusou-se a fazê-lo, porque estava cansada.
Diante da recusa, o motorista ameaçou chamar a polícia. Rosa respondeu: "Então, prenda-me!" O motorista desceu e chamou um policial... E o guar¬da a prendeu.
Esse incidente foi a gota d'água para que Martin Luther King começasse sua grande luta. Os negros e também alguns brancos que consideravam aquela situação injusta decidiram que mais nenhum negro tomaria ônibus. Isso faria com que a notícia da luta contra o racismo chegasse a todos os americanos e também diminuiria os lucros das companhias de ônibus. Ou seja, eles veriam que o racismo, além de desumano e contrário à lei, ainda trazia prejuízo financeiro. E prejuízo é algo que nenhuma empresa quer ter, pois o mais importante para as empresas é o lucro - às vezes até mais do que o ser humano.
O movimento cresceu. Os pastores divulgavam a notícia, distribuindo panfletos. As pessoas iam ao trabalho de táxi, de carona ou a pé. Formou-se uma associação e Luther King foi eleito líder.
Eles queriam que a lei fosse modificada em três pontos: 1ºos motoristas deveriam tratar os passageiros negros com respeito; 2º a ordem de sentar era de quem chegasse primeiro, com os negros começando pelo fundo e os brancos pela frente; 3º a empresa teria de contratar motoristas negros para os ônibus que passassem por bairros negros.
A luta pela justiça havia começado nos Estados Unidos, mas os brancos não aceitaram tudo pacificamente. O prefeito da cidade colocou a polícia contra os manifestantes. O próprio Luther King recebeu muitas ameaças de morte e até uma bomba foi atirada em sua casa.
Porém, assim como Jesus e Gandhi, Luther King entendia que se devem perdoar as agressões e não reagir, combatendo o ódio com amor:
A violência traz apenas vitórias temporárias. Ela apenas cria novos problemas sociais e nunca traz a paz permanente.
Sem violência, mas com coragem, o movimento continuou e os brancos, en¬fim, foram obrigados a aceitar as reivindi¬cações. Os negros podiam voltar a usar os ônibus. O sucesso incentivou outras " comunidades negras a protestar. Luther King era agora conhecido e solicitado em todo o país.
Os jornais, o rádio e a televisão divul¬gavam e apoiavam a proposta de Luther King e muito do suces¬so do movimento deveu-se a isso. É uma prova de que, quando a imprensa decide lutar pelo que é justo, pode ajudar a sociedade a ser melhor.
A partir do exemplo de Luther King, surgiram diversos movimentos estudantis, entre eles "os viajantes da liberdade", que reuniam brancos e negros viajando pelo país afora. Numa das viagens, em 1961, durante uma manifestação contra o racismo, eles encontraram membros da Ku Klux Klan que estavam armados. Os estudantes, seguindo os conselhos de Luther King, não usaram de violência, mas foram espancados pelos brancos da Klan.
Apesar dos sacrifícios, os estudantes conseguiram uma vitória: o governo dos Estados Unidos acabou com a separação entre brancos e negros nos terminais de ônibus e nas lan¬chonetes, e passou a haver mais igualdade no trabalho. A não-violência havia conquistado muita coisa. Mas ainda havia ou¬tras a conquistar.
UM SONHO QUE NÃO ACABOU
Luther King queria lutar pelo direito do negro ao voto. Em outubro de 1964, recebeu um dos prémios mais importantes do mundo: o Nobel da paz. No dia 21 de março de 1965, mi¬lhares de pessoas saíram às ruas para reivindicar o direito ao voto. Ele dizia que estavam em marcha rumo à terra da liber¬dade e que nenhuma agressão poderia detê-los. E con¬seguiram o que queriam!
O trabalho de Luther King nunca parava: em abril de 1968, foi a Memphis ajudar os trabalhadores negros na luta por salários iguais aos dos brancos. Falou de sua esperança de um mundo novo e disse que a não-violên¬cia deveria ser sempre a única arma na luta. A felicidade brilhava nos olhos da multidão.
Mas, naquela noite, Luther King saiu no terraço do hotel onde estava hospedado. De repente, ouviu-se um tiro. Ele rodopiou e caiu no chão.
Assim morreu o herói da não-violência. Mas seu sonho não morreu. Continua se realizando aos poucos, nos Estados Unidos, no Brasil, no mundo.

Procure refletir e responder em seu caderno:
1) Como posso, também, dar minha contribuição, ajudando as pessoas de todas as origens a se respeitar e amar como irmãos?
2) Cite as semelhanças entre a vida e a prática de Martin Luther King e de Gandhi.
3) Cite outras pessoas que morreram por alguma grande causa e escreva que causas foram estas.
4) Como Luther King se referiu aos brancos? O que isso indica sobre o modo como ele queria que negros e brancos se relacionassem?
5) Ainda hoje, há muito racismo nos Estados Unidos, mas não só lá. No Brasil também. Você já identificou isso em nosso país? Como?


Continuação do texto “Um povo escravizado”

Objetivo: Refletir sobre o sonho para a construção de um mundo melhor

Ele tinha um sonho
(Todos os jeitos de crer – vidas)
Martin Luther King Jr.(1929 – 1968): pastor batista, lutou contra a discriminação racial através da não-violência. Conseguiu o fim da segregação (separação, isolamento) contra negros, nos Estados Unidos. Recebeu o prêmio Nobel da Paz em 1964.
No dia 28 de agosto de 1963, Martin Luther King fez um discurso que se tornou famoso por seu apelo de justiça e liberdade. Ele estava diante de milhares de pessoas, negras e brancas, na capital dos Estados Unidos, Washington, tendo acima a estátua de Lincoln – o presidente americano que lutara contra a escravidão. Eis alguns trechos:
“Digo-lhes, hoje, meus amigos, que apesar das dificuldades e frustrações do momento, ainda tenho um sonho. (...)
Tenho um sonho que algum dia esta nação levantar-se- á e viverá o verdadeiro significado de sua crença. “Afirmamos que estas verdades são evidentes; todos os homens foram criados iguais”.
Tenho um sonho que algum dia nas montanhas rubras da Geórgia os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos donos de escravos poderão sentar-se à mesa da fraternidade.
Tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos viverão um dia em uma nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter.
Tenho um sonho, hoje.
Tenho um sonho que algum dia (...) pequenos meninos negros e meninas negras, possam dar-se as mãos com outros pequenos meninos, e meninas brancas, caminhando juntos, lado a lado, como irmãos e irmãs. (...)
Quando permitirmos que a liberdade ressoe, quando a deixarmos ressoar de cada vila e cada aldeia, de cada estado e de cada cidade, seremos capazes de apressar o dia quando todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, com certeza poderão dar-se as mãos e cantar nas palavras da antiga canção negra: “Liberdade afinal! Liberdade afinal! Louvado seja Deus, todo-misericordioso, estamos livres, finalmente!”
Muitas pessoas sonharam, sonham e sonharão com um mundo melhor!
Muitas pessoas dedicaram, dedicam e acredito que dedicarão a sua vida na construção de um mundo melhor.
Você também pode sonhar com um mundo melhor e fazer algo para que o mundo possa ser melhor. Todos podem sonhar...
Pense:
Em algo que você gostaria de mudar no mundo.
Em algo que precisa existir para que o mundo possa ser melhor.
Escreva seu sonho para a construção de um mundo melhor. ( realizar a atividade em folha sulfite com ilustração)

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